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Sexta, 08 de agosto de 2025.

Como o estreito de Ormuz pode impactar a economia global?

  • Foto do escritor: luzarjudith
    luzarjudith
  • 23 de jun.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 25 de jun.

Ameaça de fechar o Estreito de Ormuz preocupa o mundo, com riscos de alta nos preços de energia e impacto no comércio global


O Estreito de Ormuz, ponto estratégico por onde passam 20% da produção mundial de petróleo e gás, está no centro de uma crise geopolítica que preocupa o mundo. No último domingo (22), o Parlamento iraniano aprovou uma proposta para fechar o estreito como retaliação aos ataques dos Estados Unidos contra usinas nucleares do Irã.


navios passando pelo estreito de Ormuz
O Estreito de Ormuz é responsável por mais de 80% do trânsito de petróleo produzido pelos países desta região do Oriente Médio. Foto: Dean Conger / National Geographic

A decisão, que ainda depende da validação do Conselho Nacional de Segurança do Irã e do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, pode envolver o uso de força militar para bloquear o tráfego marítimo na região. A possibilidade de fechamento do Estreito de Ormuz já desencadeou temores globais, com impactos potenciais em preços de energia, comércio internacional e economias dependentes de importações.


Por que o Estreito de Ormuz é tão importante?

Localizado entre o Irã e Omã, o Estreito de Ormuz é uma das rotas marítimas mais cruciais do planeta. Por ele, passam cerca de 20% do petróleo global (aproximadamente 17 a 20 milhões de barris por dia) e 25% do gás natural liquefeito (GNL), segundo dados da Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA). Países como Arábia Saudita, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Qatar e o próprio Irã dependem do estreito para exportar energia.


Além de combustíveis, o Estreito de Ormuz é essencial para o transporte de diversos produtos, como plásticos, produtos químicos, fertilizantes, automóveis, maquinários e eletrônicos. Um bloqueio no estreito poderia elevar significativamente os preços desses bens, gerando inflação global e interrompendo cadeias de suprimentos.


A ameaça iraniana e os impactos econômicos

A proposta de fechar o Estreito de Ormuz surge como resposta aos ataques dos EUA a instalações nucleares iranianas, intensificando as tensões no Oriente Médio. Caso implementada, a medida seria executada com força militar, incluindo o uso de barcos de ataque rápido, minas navais ou submarinos, segundo especialistas.


Analistas preveem que um bloqueio total poderia elevar os preços do petróleo a US$ 100–150 por barril, com impactos diretos em combustíveis e bens de consumo. Nos EUA, por exemplo, os preços da gasolina poderiam ultrapassar US$ 4 por galão, enquanto na Austrália, o litro de combustível poderia chegar a US$ 2,50.


Países asiáticos, como China, Índia, Japão e Coreia do Sul, seriam particularmente afetados, já que cerca de 84% do petróleo e 83% do GNL que passam pelo estreito têm destino na Ásia. A China, maior importadora de petróleo iraniano, receberia um impacto significativo em sua economia.


Riscos para o Irã e cenários futuros

Apesar da ameaça, especialistas consideram improvável que o Irã siga adiante com o bloqueio total do Estreito de Ormuz. O país depende do estreito para exportar cerca de 2,5 milhões de barris de petróleo por dia, principalmente para a China, sua maior parceira comercial. Um fechamento seria “suicídio econômico”, segundo o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e poderia provocar retaliações militares dos EUA e seus aliados. Rubio também pediu que a China pressione o Irã para evitar a medida, destacando que um bloqueio afetaria mais as economias asiáticas do que a americana. A China, com reservas de petróleo para cerca de cinco anos, poderia mitigar impactos a curto prazo, mas ainda enfrentaria custos elevados. Enquanto o mundo aguarda a decisão do Conselho Nacional de Segurança do Irã, o mercado já reage: os preços do Brent subiram 9% no domingo, e algumas companhias de navegação, como as japonesas Nippon Yusen e Mitsui, reduziram o tempo de suas embarcações no Golfo.


Fontes: EBC, Reuters






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