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Sexta, 08 de agosto de 2025.

Lula defende interesses do Brasil sem confrontar EUA enquanto setores afetados por tarifas calculam prejuízos e buscam soluções

  • Foto do escritor: Allyson Xavier
    Allyson Xavier
  • 4 de ago.
  • 2 min de leitura
Conaineres empilhados em um porto
Crédito: CNI

Os setores impactados pelo tarifaço de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros estão calculando as perdas e já buscam medidas para mitigar os efeitos, incluindo pedidos de apoio ao governo federal. Um decreto assinado nesta semana pelo presidente Donald Trump elevou a alíquota, mas incluiu 700 exceções, beneficiando áreas estratégicas como aeronáutica, energia e parte do agronegócio.


No entanto, setores como máquinas e equipamentos, carnes, café, frutas, móveis, têxtil e calçados seguem sobrecarregados pela tarifa. Algumas indústrias conseguem redirecionar a produção para outros mercados ou para o consumo interno, mas o processo exige tempo e, em alguns casos, redução de preços para manter a competitividade.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, neste domingo (3), que o Brasil deve buscar alternativas ao dólar no comércio internacional, defendendo os interesses estratégicos do país. Em discurso, ele reagiu ao tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos, que afeta 36% das exportações brasileiras, segundo a Casa Branca.“Não vou abrir mão de construir uma moeda alternativa para negociar com outros países. Não precisamos ficar subordinados ao dólar”, declarou Lula, durante convenção do Partido dos Trabalhadores (PT), em Brasília.


Presidente Lula de terno cinza com bandeira do Brasil desfocada ao fundo
Foto: Marcelo Camargo - Agência Brasil

Embora os EUA não citem diretamente a proposta do Brics de substituir o dólar como motivo para a taxação, analistas apontam que a discussão no bloco motivou a decisão de Donald Trump. Na Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro (6 e 7 de julho), Trump criticou o grupo e prometeu retaliações contra países que busquem alternativas ao dólar, que garante vantagem econômica aos EUA. Lula destacou que o Brasil não busca desafiar os EUA, mas exige respeito.


“Os EUA são a maior economia, o país mais bélico e tecnológico. Mas queremos ser respeitados pelo nosso tamanho. Temos interesses econômicos e estratégicos. Não somos uma republiqueta. Taxar-nos por questões políticas é inaceitável”, afirmou, mencionando críticas de Trump ao julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe.


Relações diplomáticas e negociações


Lula reforçou a importância de manter laços diplomáticos com os EUA, apesar de o Brasil ser menos dependente economicamente do país. “Temos uma relação comercial ampla e 201 anos de diplomacia. Estamos mais tranquilos economicamente, mas valorizamos essa relação”, disse. O presidente afirmou que o governo trabalhará para proteger empresas e trabalhadores afetados pelo tarifaço, mantendo a porta aberta para negociações.


“Já apresentamos propostas por Alckmin e Mauro Vieira. Quando quiserem negociar, estamos prontos”, completou. Após a formalização das tarifas, a Secretaria de Tesouro dos EUA contatou o Ministério da Fazenda para iniciar diálogos. Na sexta-feira (1º), Trump sinalizou disposição para conversar com Lula. Segundo o ministro Fernando Haddad, o governo anunciará em breve medidas, como linhas de crédito, para apoiar empresas impactadas.


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