EUA dobram recompensa e oferecem US$ 50 milhões por informações que levem à prisão de Nicolás Maduro
- luzarjudith
- há 2 dias
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Acusado de narcotráfico, presidente venezuelano entra na mira de caçadores de recompensas

Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (7) que irão pagar até US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) por informações que levem à prisão do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O valor, anunciado pela procuradora-geral Pam Bondi, dobra a recompensa anterior de US$ 25 milhões, oferecida desde 2022. O programa de recompensas do Departamento de Estado começou a mirar Maduro em março de 2020, quando a oferta inicial era de US$ 15 milhões.
Washington acusa o presidente venezuelano de ser “um dos maiores narcotraficantes do mundo” e de operar em parceria com grupos criminosos internacionais. Entre eles, a gangue venezuelana Tren de Aragua, classificada pelo governo Trump como organização terrorista, e o Cartel de Sinaloa, um dos mais poderosos do México. Segundo Bondi, a Agência Antidrogas dos EUA (DEA) apreendeu 30 toneladas de cocaína ligadas ao esquema, sendo quase sete toneladas atribuídas diretamente a Maduro.
“Estamos falando de um homem que transformou a cocaína em arma para inundar os Estados Unidos”, declarou Bondi em vídeo publicado na rede social X. “Maduro está ligado a alguns dos criminosos mais perigosos do planeta.”
O governo venezuelano reagiu com críticas. O chanceler Yvan Gil classificou a oferta como “patética” e “propaganda política”, acusando os EUA de tentar criar uma distração para problemas internos. “Não estamos surpresos, vindo de quem vem”, afirmou Gil.
Histórico de acusações
Durante o primeiro mandato de Donald Trump, em 2020, Maduro e outros altos funcionários venezuelanos foram denunciados pelo Departamento de Justiça dos EUA por crimes como narcoterrorismo, corrupção e tráfico internacional de drogas. As acusações incluíam a colaboração com o grupo rebelde colombiano Farc para exportar cocaína aos EUA.
Em junho deste ano, Hugo Carvajal, ex-chefe da inteligência militar da Venezuela, foi condenado por tráfico de drogas nos EUA. Conhecido como “El Pollo”, Carvajal chegou a fugir para a Espanha, mas acabou extraditado. Após mudar sua declaração de inocência, cresceu a especulação de que ele possa ter fornecido informações que aumentaram a pressão sobre Maduro.
Mercenários e caçadores de recompensas
A elevação da recompensa reacende a lembrança da Operação Gideon, em 2020, quando um grupo de ex-militares venezuelanos e mercenários americanos, ligados à empresa de segurança Silvercorp USA, tentou invadir a Venezuela e capturar Maduro. A ação foi frustrada e resultou na prisão de vários participantes.
Fontes do Comando Sul dos EUA e do Departamento de Estado confirmam que qualquer pessoa, incluindo estrangeiros, pode fornecer informações ao programa de recompensas. Embora não haja confirmação oficial de grupos armados ativos tentando a captura, investigações jornalísticas de AP News e Reuters indicam que redes no Caribe e na Colômbia monitoram movimentações do presidente venezuelano, mantendo vivo o interesse de caçadores de recompensas.
Fontes: BBC, G1, Reuters, AP News, U.S. Department of State, Departamento de Justiça dos EUA, CNN, Metrópoles