Conflito explode: EUA destroem bases nucleares iranianas e Irã promete retaliação
- luzarjudith
- 22 de jun.
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Atualizado: 23 de jun.
Trump afirma que ataque devastou programa nuclear iraniano; Teerã promete resposta com "consequências duradouras"
Os Estados Unidos lançaram ataques aéreos contra três importantes instalações nucleares no Irã nas primeiras horas deste domingo (22). A ofensiva, anunciada pelo presidente Donald Trump, marca uma escalada direta na já tensa disputa entre Israel e o regime iraniano.

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Segundo Trump, as instalações de Fordow, Natanz e Isfahan foram “totalmente obliteradas” durante a operação, que visou enfraquecer o programa nuclear do Irã sem atingir civis ou tropas no território. Em seu discurso, o presidente norte-americano advertiu Teerã: ou aceita negociar a paz, ou enfrentará ataques “ainda maiores”.
Poucas horas após o bombardeio, o Irã confirmou que os três locais foram atingidos e classificou a ação como “ultrajante”. O ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, alertou que os ataques terão "consequências duradouras" e acusou os EUA e Israel de sabotar qualquer perspectiva de diálogo diplomático.
EUA bombardeiam três instalações nucleares no Irã

Operação militar "ousada e brilhante", segundo o Pentágono
De acordo com o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, a missão foi “ousada e brilhante”, utilizando bombardeiros furtivos B-2 Spirit, capazes de atingir as fortificações subterrâneas mais protegidas do Irã. O ataque incluiu o uso inédito do MOP (Massive Ordnance Penetrator), arma projetada para penetrar estruturas enterradas a centenas de metros de profundidade, especialmente na instalação de Fordow, localizada sob uma montanha.
Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, classificou a operação como altamente sigilosa, revelando que pouquíssimas autoridades em Washington tinham conhecimento prévio do plano. Segundo ele, a ofensiva destruiu severamente as estruturas nucleares iranianas, embora a avaliação completa dos danos ainda esteja em andamento.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que, até o momento, não foi detectado aumento nos níveis de radiação nos locais atingidos.
Escalada no conflito com Israel
Enquanto os ataques dos EUA avançavam, Israel e Irã continuaram trocando bombardeios. Teerã lançou uma nova série de mísseis contra território israelense. Em Tel Aviv, destroços atingiram bairros residenciais e equipes de resgate atuaram durante a madrugada para retirar escombros de prédios danificados.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, classificou o ataque liderado por Trump como "histórico" e ressaltou a aliança profunda entre os dois países. Apesar de admitir que o programa nuclear iraniano foi substancialmente afetado, Herzog afirmou que “a campanha ainda não acabou” e prevê dias “delicados e desafiadores” pela frente.
Irã denuncia "traição" e ameaça represálias
Em Istambul, durante negociações diplomáticas, o chanceler iraniano criticou duramente Trump, acusando-o de trair não apenas o Irã, mas também o próprio povo americano ao prolongar conflitos no Oriente Médio. Araghchi não descartou retaliações diretas contra bases militares dos EUA ou o fechamento do estratégico Estreito de Ormuz, rota crucial para o transporte global de petróleo.
Reação de países árabes e comunidade internacional
Diversos países da região expressaram preocupação com a escalada. Omã e Catar condenaram fortemente os ataques, enquanto Arábia Saudita e Egito apelaram por moderação e retomada do diálogo. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também advertiu para o risco de o conflito sair de controle e defendeu que "não há solução militar, apenas diplomática".
As instalações nucleares atingidas
As três instalações atacadas têm papéis estratégicos no programa nuclear iraniano. Fordow, construída sob uma montanha, é considerada uma das instalações nucleares mais protegidas do mundo. Natanz abriga centrífugas de enriquecimento de urânio e já foi alvo de ações anteriores de sabotagem. Já Isfahan, além de produzir componentes nucleares, é um polo da indústria militar iraniana, com destaque para a produção de drones e mísseis.

Histórico do programa nuclear iraniano
O Irã sempre defendeu que seu programa nuclear tem fins pacíficos, mas investigações anteriores da AIEA indicaram que o país conduziu pesquisas voltadas à produção de armamentos nucleares até 2003. Em 2015, o Irã assinou um acordo com potências internacionais limitando suas atividades nucleares em troca de alívio de sanções. No entanto, em 2018, Trump retirou os EUA do pacto e restabeleceu sanções severas, levando o Irã a retomar parte de suas atividades de enriquecimento.
Tensão popular em ambos os lados
No Irã, a população acompanha com ansiedade a escalada dos confrontos. Em cidades como Van, na Turquia, iranianos que atravessaram a fronteira expressaram temor e indignação com o ataque americano. Em Israel, parte da população judaica apoiou a ofensiva liderada pelos EUA, enquanto cidadãos árabes israelenses manifestaram oposição, segundo pesquisas recentes.
Fontes: BBC News, Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ONU, Ministério das Relações Exteriores do Irã, Forças de Defesa de Israel, Pentágono (EUA), Instituto Israelense de Democracia.