Como foi a Manhã do julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe no STF
- Allyson Xavier
- 2 de set.
- 2 min de leitura

Na manhã desta terça-feira (2), o Supremo Tribunal Federal (STF) deu início à primeira sessão do julgamento da ação penal 2668, que acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete integrantes de seu governo por tentativa de golpe de Estado. A sessão, conduzida pela Primeira Turma do STF, foi marcada por momentos de forte simbolismo democrático e pela leitura do relatório do caso.
Abertura e rito do julgamento
O presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, abriu os trabalhos, destacando o cumprimento do regimento interno do STF. Ele informou que as manifestações das defesas seguirão a ordem apresentada na denúncia, garantindo a organização do processo.
Na sequência, o relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, fez observações iniciais, enfatizando a transparência do STF. “Nenhuma corte ou tribunal do mundo dá tanta publicidade e tanta transparência aos seus julgamentos como o Supremo Tribunal Federal”, declarou Moraes. Ele destacou a solidez das instituições brasileiras, forjadas no “espírito democrático da Constituição de 1988” e na defesa da soberania nacional.
Relatório e denúncias
Durante a leitura do relatório, Moraes resumiu os principais momentos processuais, incluindo pontos da denúncia e das alegações das defesas já apresentadas. O documento detalha as acusações contra os oito réus, apontados como líderes de uma suposta organização criminosa voltada a manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022.
Acusações do procurador-geral
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, reforçou a gravidade da tentativa de golpe de Estado. “O inconformismo com o término regular do período previsto de mando costuma ser fator deflagrador de crise para a normalidade democrática”, afirmou. Ele alertou que a falta de repressão criminal a tais atos pode incentivar o autoritarismo e ameaçar a democracia.
Gonet detalhou a atuação da suposta organização criminosa, segundo investigações da Polícia Federal. Ele mencionou o uso da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e da Polícia Rodoviária Federal para conter opositores e eleitores adversários. Entre os atos citados, estão a paralisação forçada de caminhoneiros, atentados à bomba e a convulsão nas ruas de Brasília após as eleições, com destaque para os eventos de 8 de janeiro de 2023, descrito como o “apogeu violento” do esquema.
“São atos de violência que se vinculam ao atentado posto em curso contra as instituições democráticas. Paulo Gonet, procurador-geral da República
Com a colaboração de Fernanda Porto





















