Imortalidade digital: Elon Musk afirma que transferência da mente para robôs pode ser possível em menos de 20 anos
- Allyson Xavier
- 19 de nov.
- 3 min de leitura

Elon Musk voltou a provocar debates sobre o futuro da humanidade. Durante a reunião anual de acionistas da Tesla, realizada em Austin, no Texas, no dia 6 de novembro de 2025, o empresário afirmou que uma forma de imortalidade digital pode ser alcançada em menos de duas décadas por meio da combinação entre a Neuralink e os robôs humanoides Optimus, desenvolvidos pela própria Tesla.
A declaração surgiu quando um acionista perguntou se seria possível transferir a consciência humana para um robô. Musk respondeu que, embora não seja algo imediato, ele acredita que será viável “ter um instantâneo aproximado da mente de alguém e carregá-lo para um corpo Optimus”, e estimou que isso pode se tornar realidade “em menos de 20 anos”.
“Claro, você não seria exatamente o mesmo. Seria um pouco diferente porque estaria em um corpo de robô, e o instantâneo mental não seria preciso”, afirmou Musk. “Mas também não somos exatamente as mesmas pessoas de cinco anos atrás.”
A reunião reuniu investidores interessados nos avanços da Tesla em inteligência artificial, robótica e veículos autônomos. Musk aproveitou para conectar os progressos da Neuralink, que implanta chips cerebrais, com a evolução do Optimus, robô projetado para tarefas domésticas e industriais.
A Neuralink já demonstrou resultados práticos: em 2024, o primeiro paciente humano conseguiu mover um cursor de computador apenas com o pensamento após receber um implante. Para Musk, isso representa o início de uma “simbiose humano-IA” que, no futuro, pode permitir backups digitais da mente.
Enquanto isso, a Tesla acelera o desenvolvimento do Optimus. Protótipos recentes mostram o robô caminhando, manipulando objetos e executando tarefas com precisão crescente. A empresa prevê produção em massa em 2026.
Segundo Musk, integrar cérebro-máquina com robôs avançados pode prolongar a vida humana e proteger a “consciência coletiva da espécie” contra riscos como pandemias, colapsos ambientais ou ameaças globais.
Questões éticas e científicas
O conceito de “imortalidade digital” divide especialistas. Filósofos e neurocientistas questionam se uma cópia da mente é realmente a mesma pessoa. A ideia de “fotografar” memórias e personalidade ainda está longe de consenso científico.
O bioeticista Arthur Caplan, da Universidade de Nova York, alerta para desigualdades:
“Uma tecnologia como essa beneficiaria apenas os ricos, criando uma elite ciborgue enquanto o restante da humanidade envelhece.”
Também existem preocupações sobre privacidade: quem controlaria esse “backup mental”? Haveria direitos autorais sobre a consciência?
Do lado otimista, Musk argumenta que robôs com versões digitais de mentes humanas poderiam resolver escassez de mão de obra, combater o envelhecimento populacional e até impulsionar a exploração espacial. Ele já afirmou que figuras como Stephen Hawking poderiam ter recuperado movimentos corporais completos com essa tecnologia.
A fala viralizou no X (antigo Twitter), com mais de 50 mil interações em vídeos publicados por perfis como @ElonClipsX. Admiradores elogiaram a ousadia; críticos classificaram a fala como “mais uma promessa futurista” sem prazo concreto.
A Neuralink prevê ampliar seus testes clínicos em 2026, enquanto a Tesla aposta bilhões na evolução do Optimus. Musk já declarou que robôs poderão superar cirurgiões humanos em precisão dentro de poucos anos.
Seja visão de futuro ou especulação ambiciosa, a proposta de Musk toca no centro do debate sobre o que significa ser humano em um mundo dominado por IA. Como disse o próprio CEO durante a reunião:
“O futuro vai ser estranho, mas bem legal.”
Fontes: Reunião de Acionistas da Tesla (6 nov. 2025), Benzinga, India Today (16 nov. 2025), postagens de Elon Musk e do perfil @ElonClipsX no X.






















