Trump impõe tarifaço e DF pode perder R$ 168 milhões no PIB
- luzarjudith
- 30 de jul.
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O Distrito Federal deve registrar uma perda de aproximadamente R$ 168 milhões em seu Produto Interno Bruto (PIB) devido ao tarifaço imposto pelo governo norte-americano. O cálculo é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que projetou os impactos regionais das novas tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros vendidos aos Estados Unidos.
Segundo o levantamento, a redução equivale a 0,05% do PIB do DF, estado que tem nos EUA o sexto principal destino de suas exportações. Em 2024, as empresas locais exportaram o equivalente a US$ 7,8 milhões, sendo 2,6% do total das vendas externas do Distrito Federal. Quase toda a pauta exportadora para os norte-americanos é formada por itens da indústria de transformação, que respondeu por 99,7% das vendas no último ano.
“Somente na última década, o superávit norte-americano foi de US$ 91,6 bilhões apenas no comércio de bens”, aponta a CNI no estudo.
O Cenário
No dia 9 de julho, o presidente Donald Trump anunciou a elevação das tarifas sobre produtos brasileiros de 10% para 50%, decisão comunicada em carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O republicano justificou a medida como resposta a supostos “ataques insidiosos” contra eleições livres no Brasil e voltou a criticar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de tentativa de golpe de Estado em 2022.
Desde então, o governo brasileiro tenta estabelecer negociações com a Casa Branca, mas enfrenta dificuldades diante da centralização da decisão no próprio presidente norte-americano.
Impacto desigual entre os estados
O estudo da CNI mostra que os efeitos do tarifaço não se limitam ao Distrito Federal. A perda total estimada para o Brasil supera R$ 19 bilhões, com impactos mais severos em estados altamente dependentes do mercado americano.
O Ceará, por exemplo, destina quase metade de suas exportações para os EUA, enquanto o Espírito Santo concentra um terço de suas vendas externas no país.
Impacto das medidas tarifárias nas UFs brasileiras

No cenário nacional, os Estados Unidos mantêm há mais de 15 anos superávit comercial com o Brasil. Apenas em 2024, o saldo positivo norte-americano foi de US$ 14,6 bilhões na indústria de transformação, apesar de registrar déficit nos setores de agropecuária e indústria extrativa, que juntos somaram US$ 7,8 bilhões negativos.