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quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Poderes

Bolsonaro no banco dos réus: Moraes revela provas de golpe e violência no julgamento do STF

  • Foto do escritor: Allyson Xavier
    Allyson Xavier
  • 9 de set.
  • 4 min de leitura

Por Fernanda Porto e Judith Aragão, 09 de setembro de 2025

julgamento da primeira turma do STF no dia 09 de setembro. Ministro Alexandre de Moraes está à frente, seguido da ministra Carmen Lúcia e Paulo Gonet.
STF retoma o julgamento dos réus do Núcleo 1 da trama golpista | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou, na manhã desta terça-feira (9), o julgamento da ação penal 2668, que investiga o núcleo 1 da tentativa de golpe de Estado. O relator, ministro Alexandre de Moraes, apresentou seu voto, rejeitando preliminares das defesas dos oito réus e apontando a existência de uma organização criminosa liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Confira os principais pontos da sessão.


Abertura e preliminares rejeitadas


O presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, abriu a sessão, passando a palavra ao relator. Moraes começou rejeitando as preliminares apresentadas pelas defesas, incluindo questões já negadas anteriormente pelo STF, como a suspensão da ação penal por crime de organização criminosa, defendida pelo ex-deputado Alexandre Ramagem.


⁠“A preliminar de sustação da ação penal em relação ao crime de organização criminosa, reiterada pela defesa de Alexandre Ramagem, já foi rejeitada por unanimidade, assim como as preliminares de nulidade do processo, cerceamento de defesa, inépsia da inicial e ausência de justa causa”, afirmou Moraes.

O ministro também negou alegações sobre a invalidade da delação premiada que sustenta a denúncia, explicando que a Polícia Federal optou por fracioná-la por estratégia investigativa.


“Basta a leitura da colaboração premiada para verificar que, por uma estratégia de investigação, a Polícia Federal resolveu fracioná-lo. Não há 8, 9 ou 14 delações, mas fatos diversos em uma mesma delação”, esclareceu.

Provas e organização criminosa


Moraes destacou que todas as provas foram disponibilizadas às defesas desde a fase de investigação e após a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Ao abordar o mérito, o relator afirmou que há elementos robustos que comprovam a existência de uma organização criminosa, liderada por Jair Bolsonaro, entre julho de 2021 e 8 de janeiro de 2023.

⁠“Uma organização criminosa sob a liderança de Jair Messias Bolsonaro, com divisão de tarefas e de forma permanente e hierarquizada, praticou vários atos executórios”, declarou Moraes.

Entre os atos citados estão a disseminação de fake news sobre urnas eletrônicas, a reunião dos “Kids Pretos” em novembro de 2022, a tentativa de explosão de uma bomba no Aeroporto de Brasília em dezembro do mesmo ano, os planos “Punhal Verde e Amarelo” e a minuta do golpe encontrada pela Polícia Federal.


Ataques ao STF e ameaças no 7 de setembro


O relator relembrou as investigações iniciadas com o inquérito das milícias digitais, quando um hacker invadiu o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e obteve dados de servidores e ministros. Moraes também destacou os ataques de Bolsonaro ao STF durante o desfile de 7 de setembro de 2022.

“No 7 de setembro, em Brasília e na Paulista, Bolsonaro fez uma série de ameaças e afirmou que descumpriria ordens judiciais, instigando milhares de pessoas presentes e milhões pelas redes sociais contra o Supremo Tribunal Federal”, afirmou o ministro.

Reunião com embaixadores e atos pós-eleição


Moraes mencionou a reunião de Bolsonaro com embaixadores, na qual o ex-presidente questionou a confiabilidade das urnas eletrônicas sem apresentar provas. Ele também apontou comunicações entre os réus para atrasar relatórios sobre a lisura das urnas, usar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para atrapalhar a votação no Norte e Nordeste e manter acampamentos golpistas após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022, culminando nos atos de 8 de janeiro de 2023.


⁠“Nós tivemos 20 anos de ditadura, torturas, desrespeito ao Judiciário, ao Legislativo. Não é possível banalizar esse retorno a esses momentos obscuros da história. E a prova é farta”, enfatizou Moraes.

Planos para estado de sítio


O relator detalhou documentos que comprovam outras etapas da tentativa de golpe, como as operações “Luneta” e “142”, que buscavam a decretação de estado de sítio com apoio das Forças Armadas, até a descoberta da minuta do golpe pela Polícia Federal.


“A organização já tinha decidido pelo golpe — só faltava definir os termos do golpe”, resumiu o ministro

Atos violentos


Moraes também destacou episódios de violência associados à tentativa de ruptura democrática, incluindo a tentativa de explosão de uma bomba em um caminhão próximo ao Aeroporto de Brasília no Natal de 2022, os ataques de 12 de dezembro e a invasão dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.


“Nós estamos esquecendo aos poucos que o Brasil quase voltou a uma ditadura que durou 20 anos, porque uma organização criminosa constituída por um grupo político não sabe perder eleições”, afirmou o ministro.

O ministro votou pela condenação de todos os oito réus pelos seguintes crimes denunciados pela Procuradoria-Geral da República: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado. Nos crimes de dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado, Moraes votou pela condenação de sete dos oito réus do núcleo crucial. A única exceção foi o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) – a ação contra o parlamentar por esses dois crimes foi suspensa por decisão da Câmara dos Deputados.

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