Muita gente opta por viajar em período de baixa temporada, sobretudo ao final das férias escolares. Isso se deve a diversas vantagens, como preços mais baixos em passagens aéreas e hospedagem, menos multidões nos pontos turísticos e a possibilidade de desfrutar de experiências mais personalizadas com atendimento mais atencioso. A baixa temporada também permite maior flexibilidade e tranquilidade durante a viagem, com a possibilidade de encontrar promoções e descontos em diversas atrações. Contudo, é preciso prestar atenção para não cair em golpes, que estão cada vez mais sofisticados.
Confira os principais tipos de golpes praticados quando o assunto é pacotes de viagem e quais dicas você deve seguir para curtir suas férias de forma sossegada no período de baixa temporada. Quem traz as informações é a advogada Eduarda Chaves, especialista em Direito Digital e contratos.
EC: Quais são os principais tipos de golpes na compra de pacotes de viagem?
Eduarda Chaves - Atualmente, os golpes mais comuns envolvem sites fakes que imitam agências conhecidas, anúncios com preços irresistíveis em redes sociais e perfis falsos no WhatsApp oferecendo promoções exclusivas.
Um golpe que tem crescido muito é o dos pacotes vendidos como opções flexíveis para garantir um preço baixo, mas que, na prática, nunca são entregues. Além disso, há a fraude da “intermediação”, quando um suposto agente promete descontos especiais, recebe o pagamento e simplesmente desaparece.
EC: Poderia dar dicas do que o consumidor precisa verificar antes de fechar um pacote de viagem?
Eduarda Chaves - A primeira dica é simples, mas essencial: desconfie de valores muito abaixo do mercado. Se a oferta parece boa demais para ser verdade, provavelmente tem algo errado. Crie o hábito de pesquisar a reputação da empresa em sites como Reclame Aqui, avaliações do Google e também no Procon.
Você também pode consultar se a agência está cadastrada no Cadastur, no registro oficial do Ministério do Turismo, que pode ser feito gratuitamente pela internet. E, prefira pagamentos rastreáveis, como cartão de crédito. Outra dica importante é desconfiar de pedidos de PIX ou transferência imediata.
EC: Caí num golpe, e agora?
Eduarda Chaves - A primeira atitude é guardar todas as provas, como comprovantes, conversas e anúncios. Em seguida, registre um boletim de ocorrência e comunique seu banco ou operadora do cartão para tentar bloquear ou estornar a transação. Você pode abrir reclamação no Procon e, se não houver solução, procure um advogado. Em muitos casos, quando o consumidor age rápido, conseguimos bloquear valores antes que sejam transferidos definitivamente.
EC: Quais autoridades podem ser acionadas em caso de desconfiança ou de queda em um golpe?
Eduarda Chaves - Além do Procon é importante registrar ocorrência na polícia, preferencialmente em delegacias especializadas em crimes digitais. Quanto mais rápido for o alerta, maiores as chances de sucesso para estornar valores e responsabilizar os golpistas.
Viajar é uma experiência única, mas, para evitar que o sonho vire pesadelo, informação é a maior proteção. Pesquise, desconfie de preços muito baixos e evite pagar qualquer valor sem garantias claras. E, se algo der errado, não se cale: denuncie e busque seus direitos.
O consumidor não está desamparado — agir rápido faz toda a diferença.