Fim da greve dos professores: aulas voltam amanhã, 26 de junho

Nova proposta inclui a nomeação de pelo menos 3 mil aprovados em concursos da Secretaria de Educação até dezembro de 2025

Após 24 dias de paralisação, os professores das escolas públicas do Distrito Federal decidiram, em uma assembleia apertada, suspender a greve iniciada em 2 de junho. A categoria, que reivindicava melhorias salariais, reestruturação da carreira, nomeações de concursados e ajustes nos dados do INSS, retorna às salas de aula nesta quinta-feira (26/6).

Com o fim da greve, aulas da rede pública são retomadas normalmente | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

A decisão foi tomada na manhã desta quarta-feira, durante assembleia realizada no estacionamento entre o Eixo Cultural Ibero-Americano e a Torre de TV, em Brasília. Os educadores aceitaram a nova proposta do Governo do Distrito Federal (GDF), que inclui a nomeação de pelo menos 3 mil aprovados em concursos da Secretaria de Educação até dezembro de 2025.

Hoje, a rede pública conta com 15 mil professores temporários e 9.420 efetivos, segundo a categoria. Além disso, o GDF comprometeu-se a dobrar as gratificações por titulação – 10% para especialização, 20% para mestrado e 30% para doutorado –, com aplicação a partir de janeiro de 2026.

Em um recuo, o governador Ibaneis Rocha (MDB) também desistiu de cortar o ponto dos grevistas, atendendo a uma demanda central da categoria. GDF também se comprometeu a instalar uma mesa permanente de negociação para tratar da reestruturação da carreira do magistério e a recompor o calendário escolar com reposição das aulas ainda neste semestre, garantindo o pagamento dos dias não trabalhados em folha suplementar.

O que diz o GDF sobre a retomada das aulas Ao comentar o fim da greve, o governador Ibaneis Rocha destacou o esforço do GDF em atender as reivindicações:  “É muito importante a retomada das aulas para os nossos alunos e famílias, que agora vão poder voltar ao cronograma de estudos e conteúdos normalmente. Desde o início das negociações pelo fim da greve, fomos claros com o que seria possível e o que não seria possível fazer neste momento. Chegamos ao melhor acordo possível e agora vamos trabalhar no projeto de lei e nos demais termos da proposta”. 

Posição do Sinpro-DF sobre o fim da greve

A diretora do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF), Márcia Gilda, comemorou o avanço das reivindicações acordadas com o governo: “a greve mostrou, mais uma vez, a coragem e a disposição de luta desta categoria”, destaca. “O GDF judicializou o movimento desde o início, ameaçou a categoria de corte de ponto, recusou-se a negociar. Mas nossa força e nossa determinação fizeram com que ele recuasse da posição do não diálogo, para que hoje pudéssemos sair com avanços na pauta que apresentamos. A greve se encerra mas a luta continua!”, pontuou ela.

Itens do acordo firmado para o fim da greve

– Envio pelo GDF à CLDF do projeto de lei referente à progressão horizontal, dobrando percentuais de titulação, que passam a ser: 10% para especialistas, 20% para mestres e 30% para doutores;

– Pelo menos 3 mil nomeações até dezembro/2025;

– Prorrogação do concurso que venceria em 27/07/2025;

– Realização de novo concurso público para o magistério, com previsão de publicação do edital no primeiro semestre de 2026;

– Direito a atestado de acompanhamento de cônjuge ou dependente em consulta de saúde ou exames para profissionais em regime de contratação temporária;

– Pagamento integral dos dias descontados, com folha suplementar lançada na mesma data ou um dia após o pagamento de julho;

– Recomposição do calendário escolar com reposição das aulas ainda no primeiro semestre, e recesso na primeira semana de agosto;

– Estabelecimento de mesa permanente de negociação para discutir a reestruturação da carreira;

– Compromisso firmado com a mediação do TJDFT e homologado junto ao tribunal, tornando-se título judicial (com força de lei).

Fontes: Agência Brasília, Sinpro-DF