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Sexta, 08 de agosto de 2025.

Facções avançam em destinos turísticos do Nordeste

  • Foto do escritor: Allyson Xavier
    Allyson Xavier
  • 30 de jul.
  • 2 min de leitura
As paisagens paradisíacas do Nordeste, vendidas como destinos de tranquilidade e lazer, convivem com uma realidade preocupante: a presença de facções criminosas que expandiram suas atividades para vilas turísticas. Cidades como Jericoacoara, no Ceará, Pipa, no Rio Grande do Norte, e Porto de Galinhas, em Pernambuco, aparecem em mapas oficiais de investigações policiais como pontos de interesse de grupos como Comando Vermelho, Sindicato do Crime e Trem Bala/Comando do Litoral Sul.

Rua dos guarda chuvas em Porto de Galinnhas, com uma galinha em primeiro plano e céu azul
Porto de Galinhas, Jericoacoara e Pipa vivem convívio entre turismo de luxo e crime organizado | Crédito editorial: Judson Castro / Shutterstock.com

Em entrevista ao site BBC News Brasil, o promotor de Justiça Eduardo Leal dos Santos afirmou as facções são atraídas pela circulação de dinheiro nessas localidades, impulsionada por turistas nacionais e estrangeiros que frequentam festas e consomem drogas recreativas durante todo o ano. "São cidades com muito movimento, mas com estrutura de cidade pequena, com poucos policiais e pouca presença do poder público", afirmou o promotor.


A BBC News Brasil também conversou com moradores, que relatam que o tema ainda é tratado como tabu. Em Jericoacoara, uma residente que preferiu não se identificar criticou a disparidade entre a imagem vendida para fora e a realidade enfrentada pelos moradores. "O Estado vende isso aqui como paraíso, mas não garante o mínimo para a população. O assunto é abafado na cidade porque não se pode falar mal para não perder turistas", disse a moradora.

Rua de areia e casas rústicas com vista do mar. Há turistas caminhando em direção à praia no nascer do sol.
Facções estabelecem suas próprias regras para proteger a economia local, causando terror aos moradores | Crédito editorial: Mathz / Shutterstock.com
O convívio com o crime inclui relatos de ameaças, decapitações, tráfico a céu aberto e vigilância de “olheiros” nas ruas. Apesar da violência, as facções estabeleceram suas próprias regras: em Pipa, por exemplo, o grupo Sindicato do Crime proíbe furtos contra turistas, consumo de crack e até uso de rivotril, pelo impacto devastador dessas drogas. Essa lógica tem um objetivo claro: proteger a economia local, que depende diretamente da chegada de visitantes.

Mapa apontando locais onde existe a presença das facções criminosas

A presença ostensiva das facções em regiões litorâneas reflete uma mudança no mapa da criminalidade no Brasil. Antes concentrados nos grandes centros, os grupos se adaptaram e enxergaram nos vilarejos turísticos um negócio lucrativo, onde o fluxo de dinheiro e a baixa presença estatal favorecem sua atuação. Fontes: BBC News Brasil
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