Bolsonaro deve depor hoje no STF sobre trama golpista

Supremo Tribunal Federal começa, nesta segunda-feira, a interrogar os réus do Núcleo 1 da Ação Penal que apura tentativa de golpe de Estado

Jair Bolsonaro teve pedido negado para suspender a ação penal / Créditos: Nelson Jr./SCO/STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta segunda-feira (09/06/2025) os interrogatórios da Ação Penal 2668, que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus do chamado "Núcleo 1" — incluindo Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto — começaram a ser ouvidos às 14h, na sala da Primeira Turma, com transmissão ao vivo pela TV Justiça. Mauro Cid, réu colaborador, abriu os depoimentos, seguidos por ordem alfabética. Braga Netto, preso preventivamente no Rio de Janeiro, participa por videoconferência.

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), aceita pela Primeira Turma do STF, aponta que o grupo liderou esforços para uma ruptura institucional, com planos que incluíam a contestação do resultado eleitoral e os atos de 8 de janeiro de 2023. Na última sexta-feira (06/06), o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, rejeitou pedidos da defesa de Bolsonaro para suspender a ação, alegando que as provas foram devidamente disponibilizadas e que a participação em oitivas de outros núcleos não era justificada.

Moraes também negou solicitação da defesa de Braga Netto contra a transmissão ao vivo, destacando a ausência de "prejuízo efetivo", mas deixou aberta a possibilidade de reavaliação. Os interrogatórios seguem até 13/06, e o julgamento final, previsto para 2025, pode resultar em penas por crimes como organização criminosa e tentativa de golpe. O que vem a seguir? Os interrogatórios, conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes na Primeira Turma do STF, marcam a fase final da instrução processual. Após os depoimentos, a PGR e as defesas poderão pedir diligências adicionais, como análise de novos documentos ou quebra de sigilos, caso surjam fatos novos. Se não houver necessidade de mais provas, o prazo para alegações finais será aberto, com julgamento previsto para o segundo semestre de 2025, possivelmente entre setembro e outubro. A Primeira Turma, composta por Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Luiz Fux e Cristiano Zanin, decidirá pela absolvição ou condenação. Em caso de condenação, as penas podem superar 30 anos de prisão. Acompanhe o interrogatório ao vivo no YouTube da TV Justiça.