Planalto põe em sigilo gastos de Lula e Janja com iate de luxo na COP30

Governo evita divulgar valores e detalhes do contrato da embarcação usada pelo casal presidencial em Belém. O barco, ligado a empresário investigado, já foi alvo de escândalos eleitorais no Amazonas.

O iate Iana tem um histórico de serviços prestados a políticos amazonenses, citado em diferentes episódios, assim como em investigações. (Reprodução/Divulgação)

O Planalto colocou sob sigilo os gastos da Presidência da República com o aluguel de um iate de luxo utilizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela primeira-dama Rosângela “Janja” da Silva durante compromissos em Belém (PA), no contexto da COP30.

A embarcação, identificada como Iana 3, pertence a um empresário do Amazonas e já esteve envolvida em denúncias de crimes eleitorais no interior do estado. Segundo apuração da Veja, a diária do iate é estimada em R$ 2.700 por pessoa, mas o valor total da locação e o número de hóspedes permanecem sob sigilo. Ou seja, Lula, que não queria luxo e conforto, vai passar a COP30 num iate que só para abrigar o casal presencial custará 5.400 reais por dia.

A decisão de utilizar uma embarcação privada de alto padrão em meio a um evento global sobre sustentabilidade e austeridade causou forte repercussão política. Críticos apontam contradição entre o discurso ambiental do governo e o uso de estrutura de luxo com recursos públicos.

O Iana 3 já havia sido citado em investigações da Justiça Eleitoral do Amazonas por suposto envolvimento em ações de compra de votos e transporte irregular de benefícios sociais durante campanhas locais.

O episódio reacende o debate sobre transparência dos gastos da Presidência e uso de recursos públicos em despesas de caráter pessoal, especialmente diante do sigilo imposto pelo próprio governo.

Fontes: Revista Veja, Agência Estado, Portal UOL.