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Sexta, 08 de agosto de 2025.

CPI das Bets: Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra enfrentam pedido de indiciamento por estelionato

  • Foto do escritor: luzarjudith
    luzarjudith
  • 11 de jun.
  • 3 min de leitura

Relatório final da comissão aponta práticas enganosas e irregulares envolvendo influenciadoras digitais


A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets apresentou na última segunda-feira (10) seu relatório final, recomendando o indiciamento de 16 empresas e pessoas, incluindo as influenciadoras Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra. Com milhões de seguidores nas redes sociais, elas são acusadas de práticas que envolvem propaganda enganosa, estelionato, lavagem de dinheiro e operação de apostas sem autorização legal. O documento, elaborado pela relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), expõe indícios de condutas ilícitas no mercado de apostas online.


 senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) durante a CPI das Bets
Crédito: Lula Marques/Agência Brasil

Virgínia Fonseca e o "cachê da desgraça alheia"


Virgínia Fonseca, que soma 46,9 milhões de seguidores em uma única rede social, admitiu em audiência na CPI ter usado contas falsas para simular jogos online, criando a ilusão de ganhos em plataformas de apostas. A senadora Soraya destacou que esses vídeos induzem seguidores ao erro, configurando crime previsto no Código de Defesa do Consumidor. “A atuação de influenciadores não é mera publicidade. Ela se baseia na credibilidade, levando seguidores a decisões equivocadas”, afirmou a relatora.


O relatório também aponta que Virgínia firmava contratos com empresas de apostas, recebendo 30% das perdas de seguidores que jogavam por links divulgados por ela. Essa prática, chamada de “cachê da desgraça alheia”, foi considerada abusiva por estimular influenciadores a promover apostas de forma agressiva, explorando a confiança de seus fãs.

Influenciadora e empresária Virginia Fonseca na CPI das Bets Lula Marques/Agência Brasil
Crédito: Lula Marques/Agência Brasil

Apesar de Virgínia negar a prática, um contrato apresentado por ela confirmaria a divisão de lucros com base nas perdas dos jogadores. Em suas redes, a influenciadora incentivava apostas em jogos como o “tigrinho”, que, segundo a CPI, utiliza algoritmos não auditáveis, passíveis de manipulação. Em um vídeo, ela chegou a dizer: “Uma seguidora entrou no link, botou R$ 20 e ganhou R$ 4 mil. Corram, é só R$ 20!”.


Deolane Bezerra e suspeitas de lavagem de dinheiro


Deolane Bezerra, com 21,5 milhões de seguidores, também foi alvo do relatório. A influenciadora, que já foi presa por suposta criação de sites de apostas para lavagem de dinheiro, é acusada de envolvimento com uma plataforma online que opera sem autorização do Ministério da Fazenda. Segundo o relatório, a empresa ligada a Deolane anunciava falsamente possuir aval do governo federal, prática que pode configurar estelionato.


Embora Deolane não apareça mais como sócia da empresa investigada, a relatora suspeita que ela oculte sua ligação por meio de “laranjas”. “Essa dissimulação, somada a repasses financeiros disfarçados de propaganda, pode caracterizar lavagem de dinheiro”, afirmou Soraya Thronicke.


O que vem a seguir?


A CPI recomendou a proibição de contratos que remunerem influenciadores com base nas perdas de jogadores, além de medidas para coibir a operação de plataformas de apostas não autorizadas. O relatório agora será encaminhado às autoridades competentes para análise e eventual abertura de processos criminais.


O que pode acontecer caso o pedido de indiciamento seja deferido?


Caso o pedido de indiciamento da CPI das Bets seja deferido e o Ministério Público Federal (MPF) acatar as recomendações, Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra podem enfrentar processos criminais, com medidas cautelares como bloqueio de bens ou, no caso de Deolane, até prisão preventiva, considerando seu histórico na Operação Integration, em 2024.


A defesa de Virgínia manifestou “surpresa e espanto”, alegando atuação dentro da legalidade, enquanto Deolane, amparada por decisão do STF, optou por não depor e não se pronunciar. O desfecho depende da análise de provas pelo MPF e de eventuais decisões judiciais, em processos que podem se estender por meses ou anos.


Com informações da Agência Brasil (EBC).



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