Tribunal afasta por furto de champanhe francesa juiz que detonou Moro, Deltan e a Lava Jato
- Allyson Xavier
- há 7 dias
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Magistrado, conhecido por críticas à Operação Lava Jato e a figuras como Moro e Deltan, foi afastado por tempo indeterminado após abertura de processo disciplinar no TRF-4. Caso envolve o suposto furto de duas garrafas de Moët & Chandon em Blumenau.

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decidiu nesta sexta-feira (31) afastar o juiz Eduardo Appio por tempo indeterminado, após instaurar um processo administrativo disciplinar relacionado a um boletim de ocorrência que apura o furto de duas garrafas de champanhe francesa Moët & Chandon em um supermercado de Blumenau (SC).
A decisão foi tomada pela Corte Especial Administrativa do TRF-4, em Porto Alegre, com base em proposta da Corregedoria do tribunal. Durante o afastamento, Appio continuará recebendo salário, mas sem benefícios adicionais(“penduricalhos”).
Segundo o boletim de ocorrência, o suspeito do furto seria “um homem de aproximadamente 72 anos, 1,76 metro de altura e que usa óculos”. A descrição, no entanto, não coincide com a aparência do juiz, mas o carro usado na ação, um Jeep Compass Longitude D, pertence ao magistrado.
Em nota ao jornal O Estado de S. Paulo, Eduardo Appio classificou o caso como um “mal-entendido” e afirmou “não saber de nada a respeito”. O processo tramita sob sigilo judicial.
Crítico declarado da Operação Lava Jato, Appio ganhou notoriedade ao assumir, em 2023, os processos remanescentes da investigação na 13ª Vara Federal de Curitiba, antigo posto do então juiz Sergio Moro. Em sua curta gestão, cerca de três meses, ele revisou decisões, reabriu discussões e apontou supostos abusos cometidos por integrantes da operação.
O episódio atual marca o segundo afastamento do magistrado. Em 2023, ele foi alvo de outro processo disciplinar após ligar para o filho do desembargador Marcelo Malucelli, o advogado João Malucelli, genro e sócio do senador Sergio Moro. O caso terminou com um acordo, no qual Appio reconheceu que sua conduta havia sido imprópria.
O novo afastamento aprofunda a crise em torno do juiz, que passou a ser uma figura divisiva no meio jurídico após desafiar antigos protagonistas da Lava Jato. O TRF-4 ainda não definiu prazo para a conclusão do processo administrativo.
Fontes: UOL, Estadão, Agência Estado, TRF-4.






















