OCDE coloca Brasil entre os países com mais jovens excluídos da educação e do mercado
- luzarjudith
- 15 de set.
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O Brasil ocupa a 4ª posição mundial no ranking de jovens que não estudam nem trabalham, conhecidos como “nem nem”, segundo o relatório Education at a Glance 2025, divulgado pela OCDE. O levantamento mostra que 24% dos brasileiros entre 18 e 24 anos estão nessa condição, muito acima da média dos países-membros, que é de 14%.
De acordo com o estudo, apenas Colômbia, Turquia e África do Sul registraram índices mais altos. O dado preocupa porque representa perdas sociais e econômicas de longo prazo, incluindo menor produtividade, redução da renda coletiva e maior risco de marginalização.
Outro ponto destacado é que o Brasil continua sendo um dos poucos países que ainda utiliza exclusivamente exames acadêmicos como forma de ingresso no ensino superior público. A OCDE observa que isso limita as oportunidades de jovens que poderiam ter seu potencial avaliado também por histórico escolar, habilidades ou experiências complementares.
A situação brasileira também está ligada à baixa oferta de cursos técnicos e profissionalizantes, o que poderia abrir caminhos para aqueles que não seguem a carreira universitária tradicional. Além disso, o setor privado é apontado como peça-chave para a mudança, com possibilidade de oferecer mais estágios, mentorias e programas de desenvolvimento de habilidades socioemocionais.

Comparativo regional
No Cone Sul, dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apontam que países como Argentina, Chile e Uruguai têm taxas próximas de 15%, bem abaixo do Brasil. O Paraguai registra cerca de 17%.
Ranking do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
Apesar do mau desempenho no ranking da OCDE, indicadores internos mostram uma leve melhora nos últimos anos. Segundo o IBGE, em 2023 o número de jovens de 15 a 29 anos nessa condição caiu para 10,3 milhões, o menor patamar desde 2012. Ainda assim, a desigualdade de gênero e raça persiste: mulheres negras e pardas têm índices bem mais altos de exclusão escolar e laboral em comparação a homens e mulheres brancas.
Especialistas alertam que políticas integradas de educação, trabalho e assistência social são necessárias para enfrentar o problema, combinando ampliação da educação técnica, diversificação no ingresso ao ensino superior e maior inserção de empresas em programas de formação.
Fontes: Carta Capital, OCDE, IBGE, BID, ONU Brasil





















