Ciro Gomes acusa facções criminosas de ligação com políticos do PT e PSB no Ceará
- Allyson Xavier
- 31 de out.
- 3 min de leitura
Ex-governador chama a gestão estadual de “ditadura corrupta” e afirma que há lavagem de dinheiro ligada ao Comando Vermelho em cidade administrada por prefeita do PT.

O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) voltou a provocar forte repercussão política ao acusar integrantes da base do governo Lula no Ceará de manter relações com facções criminosas. Em entrevista à Rádio Metropolitana FM, de Aracaju, Ciro afirmou que o estado vive “uma ditadura corrupta” e denunciou o que chamou de “entranhamento das facções criminosas com a política”.
“Eu ajudei a montar essa estrutura que eles têm lá e eles viraram um monstro. O Ceará virou uma ditadura corrupta em que a intrusão do poder no Judiciário, no Ministério Público e na imprensa é uma coisa absolutamente constrangedora”, declarou Ciro.
Durante a entrevista, o ex-ministro afirmou que há casos de lavagem de dinheiro ligados ao Comando Vermelho (CV)na cidade de Icó (CE), supostamente por meio de uma farmácia associada à prefeitura local, administrada por Aurineide Amaro de Sousa (PT), aliada do deputado José Guimarães (PT), líder do governo Lula na Câmara.
Ciro citou também o nome de Ladislau Pereira da Silva Neto, conhecido como “Lau Neto”, apontado por relatórios do Ministério Público e da Secretaria da Administração Penitenciária como uma das principais lideranças do Comando Vermelho no estado. O político destacou que documentos públicos apresentados pelo ex-deputado Capitão Wagner (União Brasil) reforçam a suspeita de contratos milionários entre a Prefeitura de Icó e empresas ligadas a Lau Neto.
“A prefeita de Icó é do PT, ligada a José Guimarães, e está lavando dinheiro para o Comando Vermelho através de uma farmácia e de um terreno. O dono está preso, acusado de ser membro alto do CV”, afirmou Ciro.
Ciro também direcionou ataques ao PSB, partido do ministro da Educação Camilo Santana, e a seu próprio irmão, o senador Cid Gomes, hoje filiado à legenda. O ex-governador citou o caso de Bebeto, ex-prefeito de Choró, que teria ligação com o PCC e segue foragido.
“Esse cara é do PSB e, mesmo depois de foragido, nunca foi expulso. Sabe quem é o presidente do PSB do Ceará? Eudoro Santana, pai do Camilo Santana”, acusou.
Questionado sobre o envolvimento do irmão, Ciro respondeu:
“Você está dizendo que o Cid Gomes, senador, é do PSB e é ligado? Sim, senhor. É verdade. E o Cid é conivente com tudo isso.”
O ex-ministro também comentou as operações policiais no Rio de Janeiro, realizadas nos complexos da Penha e do Alemão, e ampliou as críticas ao governo federal:
“Esse tipo de problema só tomou essa gravidade pela omissão do Lula e do PT. Claro que os outros também não fizeram nada, mas o PT está no quinto mandato e não promoveu nenhuma inovação institucional para combater o crime organizado.”
Ciro defendeu que o enfrentamento às facções deve seguir o rastro financeiro e político, e não se restringir às operações de rua.
“Em vez de bater em bagrinho, tem que rastrear o caminho do dinheiro e da conexão política”, disse o ex-ministro.
As acusações repercutiram fortemente no meio político cearense. Até o momento, nem o PT nem o PSB se pronunciaram oficialmente sobre as declarações.
Fontes: Estadão, UOL, Metrópoles.





















