Brasil registra mais de 68 mil pedidos de refúgio em 2024
- Allyson Xavier
- 14 de jun.
- 2 min de leitura
Chama a atenção o aumento expressivo de pedidos feitos por cidadãos cubanos, uma alta de 94,2% em comparação com 2023
O Brasil recebeu 68.159 pedidos de refúgio ao longo de 2024, um crescimento de 16,3% em relação ao ano anterior. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (13), em Brasília, pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra).

Segundo o relatório, o Ministério da Justiça reconheceu 13.632 pessoas como refugiadas no Brasil em 2024 Foto: EBC
Conforme o relatório Refúgio em Números 2025, os principais solicitantes foram venezuelanos, com 27.150 pedidos. Em seguida, aparecem os cubanos (22.288) e os angolanos (3.421). Ao todo, o país recebeu solicitações de pessoas oriundas de 130 nacionalidades diferentes. O relatório chama atenção para o aumento significativo de pedidos feitos por cidadãos cubanos, que apresentaram uma alta de 94,2% em comparação com 2023.
Perfil dos solicitantes
Homens representaram 59,1% dos pedidos de refúgio feitos em 2024, enquanto as mulheres foram responsáveis por 40,9%. A faixa etária de 25 a 39 anos foi a que concentrou a maior presença masculina, com 63,2%. Já entre as mulheres solicitantes, 24,3% tinham menos de 15 anos.
No caso dos venezuelanos, as mulheres corresponderam a 43% das solicitações, superando os homens, que representaram 37,6% do total de pedidos da nacionalidade.
Em todos os grupos etários analisados, os homens superaram as mulheres no número de solicitações de refúgio.
Reconhecimento do status de refugiado
Ainda segundo o relatório, o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), vinculado ao Ministério da Justiça, reconheceu 13.632 pessoas como refugiadas no Brasil em 2024. A maioria delas é proveniente da Venezuela, país que responde por mais de 93% dos casos. Afeganistão, Colômbia e Síria também figuram entre os principais países de origem.
Do total de solicitações decididas, 44,4% foram registradas em estados da Região Norte. São Paulo liderou em número de decisões (36,1%), seguido por Roraima (35,6%) e Amazonas (5,1%).
Entre as pessoas reconhecidas como refugiadas, 55,9% eram homens e 43,9% mulheres. Crianças, adolescentes e jovens de até 18 anos representaram 41,8% do total. A maior parte dos homens reconhecidos estava na faixa etária abaixo dos 15 anos (31,4%), índice ainda maior entre as mulheres, com 37,6%.
Como o aumento de pedidos de refúgio pode impactar o Brasil?
O crescimento no número de pedidos de refúgio no Brasil pode gerar reflexos diretos nos serviços públicos e no mercado de trabalho, especialmente em regiões com infraestrutura limitada. Estados como Roraima e Amazonas, que já enfrentam desafios sociais, podem ter mais pressão sobre saúde, educação e programas assistenciais. Ao mesmo tempo, a chegada de imigrantes também pode impulsionar a economia, com mão de obra disponível, abertura de pequenos negócios e maior diversidade cultural.
Fontes: RBC, ACNUR, MJSP





















