Argentina mantém superávit primário pelo sétimo mês consecutivo
- Allyson Xavier
- 20 de ago.
- 2 min de leitura
Ajustes fiscais de Milei geram saldo positivo, mas arrecadação segue em queda

A Argentina registrou superávit primário pelo sétimo mês consecutivo em julho, resultado que reflete a política de forte ajuste fiscal promovida pelo governo de Javier Milei. O saldo positivo ocorreu mesmo diante da queda na arrecadação, que encolheu em termos reais diante da inflação persistente no país.
De acordo com o Ministério da Economia, o superávit primário que desconsidera o pagamento de juros da dívida pública alcançou cerca de 109 bilhões de pesos no mês. No acumulado de 2025, o governo já soma 2,2 trilhões de pesos de saldo positivo nessa conta.
A política fiscal de Javier Milei permanece centrada no controle estrito das contas públicas. Como destacou a Reuters em 18 de agosto de 2025, o governo adota o “déficit zero” como princípio norteador da estabilização econômica.
Apesar dos resultados, especialistas apontam que o desafio de longo prazo continua. A queda na arrecadação, que já reflete retração econômica e perda de poder de compra da população, pode limitar a capacidade de manutenção do superávit. A inflação anualizada segue acima dos 100%, corroendo receitas e dificultando previsões de crescimento.
O ajuste fiscal promovido por Milei inclui corte de subsídios estatais, revisão de contratos e contenção de gastos públicos. O governo aposta que a disciplina orçamentária será chave para restaurar a confiança dos investidores e viabilizar a estabilização da economia.
O superávit vem sendo celebrado pela equipe econômica como prova da eficácia do chamado “plano motosserra”. No entanto, a austeridade tem provocado tensões sociais, com greves e protestos de trabalhadores que reclamam da deterioração do poder de compra e da perda de benefícios.
Analistas do Itaú BBA, em relatório divulgado em 19 de agosto de 2025, alertam que a arrecadação mostra sinais de enfraquecimento, com queda de 5,7% em termos reais no trimestre, o que pode comprometer a continuidade do superávit.
Fontes: InfoMoney, Reuters, Ministério da Economia da Argentina, Itaú BBA





















