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quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Sociedade

Violência contra enfermeiros no DF: agressões crescem e expõem crise na saúde

  • Foto do escritor: Allyson Xavier
    Allyson Xavier
  • 8 de set.
  • 3 min de leitura

Estudo do IPE-DF revela: 61,7% dos profissionais de enfermagem do DF sofreram agressões verbais, 35,6% assédio moral e 15% violência física nas unidades de saúde | Foto: Shutterstock
Estudo do IPE-DF revela: 61,7% dos profissionais de enfermagem do DF sofreram agressões verbais, 35,6% assédio moral e 15% violência física nas unidades de saúde | Foto: Shutterstock

Profissionais de enfermagem do Distrito Federal enfrentam uma onda crescente de violência nas unidades de saúde, com agressões verbais, assédio moral, violência física e assédio sexual. Um estudo do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPE-DF) revelou que 61,7% de 702 enfermeiras, técnicas e auxiliares entrevistadas sofreram agressões verbais, 35,6% assédio moral, 15% violência física e 8,4% assédio sexual. Alas de internação são os principais locais dos abusos, mas triagens e corredores também registram casos.


Pacientes e acompanhantes lideram as agressões físicas e verbais, enquanto colegas e chefes predominam no assédio moral. A subnotificação preocupa: apenas 15,2% das vítimas de violência física e 10,2% das que sofreram assédio sexual denunciaram, devido à descrença em providências e medo de represálias. As alas de internação são os locais com maior incidência, mas os abusos também ocorrem em triagens, salas de procedimentos e corredores. Pacientes, familiares e acompanhantes são os principais responsáveis por violência física, verbal e assédio sexual, enquanto colegas e chefes lideram casos de assédio moral. Alarmantemente, 84,1% das entrevistadas consideram a agressão verbal uma violência típica do ambiente de trabalho. Para 63,2% das entrevistadas, contratar mais profissionais é a solução. O estudo também aponta que mulheres são as mais afetadas e que a violência é frequentemente normalizada.


Na sexta-feira (5), uma audiência pública na Câmara Legislativa do DF, proposta pela deputada Dayse Amarilio (PSB), debateu o problema. “O aumento da violência contra os profissionais gera um absenteísmo muito grande que acaba afetando o atendimento à população. Proteger a força de trabalho da enfermagem é proteger a qualidade da assistência. Contratar seguranças é somente um paliativo. A saúde precisa ser prioridade”, defendeu Amarilio.


A enfermeira fiscal do Conselho Federal de Enfermagem, Katia Calegaro, reforçou a gravidade do cenário: “Sete em cada dez profissionais de enfermagem do Brasil já sofreram algum tipo de violência no ambiente de trabalho. Isso não é normal e não pode ser naturalizado. Há uma tendência preocupante de subnotificação dos casos. Não existe um fluxo para atendimento do profissional de enfermagem vítima de violência. O índice de suicídio dos profissionais de enfermagem ascende de tal maneira que nos preocupa profundamente.”


Karine Afonseca, presidente da Associação Brasileira de Enfermagem (Aben-DF), apontou as raízes estruturais do problema: “A violência nas unidades de saúde não é fruto do caráter das pessoas, há também que se considerar o fator da natureza do trabalho. O aumento da violência contra profissionais de saúde não é desvinculado da redução do número desses profissionais nas unidades, da falta de investimentos e da precarização das relações de trabalho. Instalar câmeras e colocar policiais nas unidades de saúde não vai resolver o problema.”


O presidente do Sindicato dos Enfermeiros do DF (Sindenfermeiros), Jorge Henrique de Sousa e Silva, também destacou a desvalorização da categoria: “Vemos um processo de desvalorização contínua do trabalho de enfermeiros, que se evidencia pela queda nos investimentos públicos em saúde. Além disso, desde 2019 testemunhamos incursões de parlamentares em hospitais para criminalizar os profissionais. Isso é um incentivo à violência contra os enfermeiros. Precisamos de políticas públicas integradas que envolvam os sindicatos, conselhos, movimentos sociais, a academia e os observatórios de violência no trabalho.”


Representando o Governo do DF, o secretário-executivo de gestão administrativa da Secretaria de Saúde, Valmir Lemos de Oliveira, reconheceu a necessidade de soluções amplas: “Temos que trabalhar regras que envolvam os servidores públicos e os prestadores de serviço. Essa quantidade de pessoas que frequentam as unidades têm que ser contempladas em um planejamento. Cada profissional tem seus problemas, suas faixas salariais diferentes. Muitos já chegam ao trabalho chateados por algum motivo externo à área hospitalar. Uma vez que tivermos uma ideia do que vamos fazer, vamos convidar as categorias para realizar esse trabalho.”


O debate reforça a urgência de medidas como contratações, políticas públicas integradas e campanhas de conscientização para combater a violência e proteger os profissionais de enfermagem, essenciais para a saúde pública do DF.


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