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quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Sociedade

Inadimplência atinge recorde histórico e expõe fragilidade da renda familiar no Brasil

  • Foto do escritor: Allyson Xavier
    Allyson Xavier
  • 8 de out.
  • 2 min de leitura

Pesquisa da CNC mostra que 30,5% das famílias têm contas em atraso e 13% afirmam não ter condições de pagar as dívidas, o maior índice desde 2010


Shutterstock, Inc.
Shutterstock, Inc.

O endividamento das famílias brasileiras atingiu um novo patamar em setembro de 2025. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), 30,5% das famílias estão com contas em atraso, o maior percentual já registrado desde o início da série histórica, em 2010.


Além disso, 13% das famílias afirmaram que não têm condições de pagar suas dívidas, outro recorde desde o início do levantamento. A proporção de inadimplentes com débitos superiores a 90 dias também subiu, alcançando 48,7%. Entre os endividados, 18,8% comprometem mais da metade da renda mensal com parcelas e juros.


“O quadro é preocupante porque mostra que parte expressiva das famílias já não consegue mais sair do ciclo de dívidas. O crédito caro e a estagnação da renda real criam um cenário de vulnerabilidade crescente”, avalia a CNC no relatório.
Juros altos e estagnação de renda ampliam o risco financeiro

Os juros elevados mantidos pelo Banco Central nos últimos anos são apontados como uma das principais causas da escalada de inadimplência. O custo do crédito, especialmente nas modalidades de cartão de crédito rotativo e cheque especial, compromete o orçamento de famílias de baixa renda, que recorrem ao endividamento para manter o consumo básico.


A CNC destacou que o aumento da inadimplência é mais intenso entre famílias com renda de até três salários mínimos, enquanto os grupos de maior poder aquisitivo apresentaram leve melhora.


“Há um efeito dominó: o crédito caro leva ao atraso, o atraso gera juros maiores e, sem crescimento da renda, a inadimplência se torna estrutural”, analisou o economista Fabio Bentes, da CNC.

Dados complementares da Fundação Getulio Vargas (FGV) indicam que o Norte e o Centro-Oeste concentram as maiores altas na taxa de inadimplência familiar, enquanto o Sul apresenta os menores níveis. Essa desigualdade reforça a relação direta entre vulnerabilidade econômica e endividamento crônico.


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Com mais famílias inadimplentes, o consumo desacelera e o comércio sente os reflexos. O varejo de bens duráveis, como eletrodomésticos e móveis, registrou retração nas vendas em setembro, segundo a própria CNC.


Especialistas defendem políticas de renegociação em larga escala, programas de educação financeira e estímulos à renda real. O governo também estuda ampliar o acesso ao Desenrola Brasil, programa que permite descontos em dívidas bancárias e de consumo.


A CNC reforça que, sem melhora na renda e sem queda mais acentuada nos juros, a tendência é de que o endividamento familiar continue elevado ao longo de 2025. “O país vive um ponto de inflexão: ou o crédito se torna sustentável, ou a inadimplência continuará sendo o retrato da desigualdade brasileira”, conclui o relatório.


Fontes: O Globo, InfoMoney, CNC, FGV Ibre, Portal do Comércio

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