Adolescente de 15 anos confessa que forjou estupro coletivo para incriminar colegas no DF
- Allyson Xavier
- 27 de set.
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Brasília, 27 de setembro de 2025, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) concluiu uma investigação que reverteu completamente um caso que vinha mobilizando a comunidade da Estrutural. Uma adolescente de 15 anos confessou que inventou ter sido vítima de estupro coletivo como forma de vingança contra colegas de escola.
O relato inicial
A jovem havia registrado ocorrência alegando que seis adolescentes, entre 14 e 15 anos, a teriam abordado em via pública, levado para uma área remota e cometido abusos. Em função da gravidade da denúncia, ela foi encaminhada ao hospital e submetida a exames no Instituto Médico Legal (IML). Alguns dos acusados chegaram a ser internados provisoriamente por decisão judicial.
As contradições da denúncia
No decorrer da apuração, os investigadores da 8ª Delegacia de Polícia encontraram inconsistências que fragilizaram a versão da jovem:
Registros escolares apontaram que os acusados estavam em sala de aula no horário indicado.
Câmeras de segurança não mostraram movimentação compatível com o trajeto narrado.
Mensagens atribuídas aos supostos agressores foram rastreadas e identificadas como enviadas de um chip cadastrado em nome da mãe da adolescente.
A reconstituição do crime não apresentou vestígios ou indícios que sustentassem a denúncia.
Essas provas levaram a polícia a desconfiar do relato e aprofundar as investigações.
A confissão
Confrontada com os resultados, a adolescente confessou que forjou o crime. Segundo ela, a motivação teria sido retaliar colegas que a submetiam a situações de bullying na escola. A jovem também admitiu que provocou lesões em si mesma para dar veracidade à versão inicial.
Com a confissão, a Justiça revogou as medidas contra os acusados. A adolescente responderá por ato infracional análogo à denunciação caluniosa.
“Nosso trabalho não se encerra com a primeira versão dos fatos. Seguimos cada etapa com rigor técnico, proteção às partes e respeito aos direitos fundamentais”, afirmou a delegada-chefe da 8ª DP, Bruna Eiras.
Repercussões
O episódio trouxe à tona debates importantes:
Danos aos injustamente acusados: os adolescentes e suas famílias enfrentaram constrangimento público e repercussão social.
Descrédito às vítimas reais: denúncias falsas, embora incomuns, podem alimentar a desconfiança em casos legítimos de violência sexual.
Ambiente escolar: o caso reforça a necessidade de políticas de prevenção ao bullying e suporte psicológico para adolescentes.
Rigor nas investigações: a atuação criteriosa da polícia foi decisiva para evitar uma injustiça grave.
O caso segue acompanhado pela Vara da Infância e Juventude, e novas medidas socioeducativas podem ser aplicadas à adolescente.
Fontes: Metrópoles





















