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quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Sociedade

A solidão do cuidado: o peso invisível da gestão para psicólogos autônomos

  • Foto do escritor: Allyson Xavier
    Allyson Xavier
  • 13 de out.
  • 2 min de leitura

Mulher está com as mãos sob o rosto, sentada em uma mesa com o computador ligado. Imagem sugere estresse e cansaço

Estresse financeiro e falta de suporte intensificam riscos emocionais para profissionais da saúde mental | Foto: Shutterstock


Em 2023, o Ministério da Saúde registrou 11.502 internações por tentativas de suicídio no SUS, cerca de 31 por dia, com estimativas de 32 suicídios diários em 2025. Ganha destaque a situação de grupos que enfrentam, em silêncio, sobrecarga emocional e isolamento profissional. Entre eles, estão os psicólogos autônomos, que conciliam o atendimento aos pacientes com a administração integral de seus consultórios.


Um estudo da Endeavor e do BID Lab revela que 94,1% dos empreendedores de alto impacto no Brasil já enfrentaram algum transtorno de saúde mental, com sintomas como ansiedade (85%), burnout (37%), ataques de pânico (22%) e depressão (21%). O mesmo levantamento aponta que 64,4% desses profissionais trabalham mais de 50 horas por semana, e 56,8% consideram suas rotinas extremamente estressantes.


Entre pequenos empreendedores e profissionais liberais, como psicólogos, o cenário não é menos preocupante: segundo o Sebrae (ago/2024), 37% relatam burnout, e 60% apontam a pressão financeira como principal fonte de estresse emocional.


“Psicólogos e terapeutas autônomos frequentemente carregam sozinhos o peso de empreender enquanto cuidam da saúde emocional de seus pacientes. São profissionais qualificados, mas muitas vezes sem preparo para gerir finanças, CNPJ ou precificação. Aliviar essa carga, mesmo que na parte burocrática, também é cuidar da saúde mental deles”, destaca Rafael Caribé, CEO da Agilize Contabilidade.


Bianca Mayumi, psicóloga e mestranda em Psicologia na UnB, compartilha que buscar apoio para a gestão foi essencial. “Achava que precisava dar conta de tudo sozinha. Quando deleguei a parte burocrática, consegui focar na psicologia. Nós, psicólogos, precisamos de suporte para além da clínica.”


Para a psicóloga clínica e psicanalista Karine Pithon, os desafios do empreendedorismo agravam a saúde emocional. “Empreender envolve medo e desejo. Sustentar essa escolha gera instabilidade emocional. O excesso de trabalho e a busca por controle fragilizam a mente. A terapia é essencial para o autoconhecimento e para criar uma rotina de autocuidado, separando trabalho e lazer.”


O modelo de trabalho autônomo, embora associado à independência, traz desafios como sobrecarga administrativa, instabilidade financeira e ausência de redes de apoio estruturadas. Para psicólogos, esses fatores se somam à responsabilidade clínica, criando vulnerabilidades emocionais muitas vezes invisíveis.

Por isso, especialistas apontam que é importante ampliar o olhar das campanhas de prevenção ao suicídio para também considerar os profissionais da saúde mental que atuam de forma independente e que, muitas vezes, não contam com os recursos necessários para cuidar de si.


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