Terremoto no Afeganistão mata mais de 1.100 e deixa milhares de desabrigados
- Allyson Xavier
- 2 de set.
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Atualizado: 4 de set.

Um devastador terremoto de magnitude 6 atingiu o leste do Afeganistão na madrugada de segunda-feira (1º), deixando um rastro de destruição e mais de 1.100 mortos, segundo a Sociedade do Crescente Vermelho Afegão. A tragédia, que ocorreu a apenas 10 km de profundidade, também feriu 3.251 pessoas e destruiu mais de 8.000 casas, principalmente nas províncias de Kunar e Nangarhar, na região montanhosa do Hindu Kush.
As equipes de resgate enfrentam dificuldades para acessar vilarejos remotos, onde estradas estreitas e danificadas, além do terreno acidentado, dificultam as operações. “Não sabemos quantos corpos ainda estão sob os escombros. Nosso foco é acelerar os resgates e distribuir ajuda às famílias”, afirmou Ehsanullah Ehsan, chefe de gerenciamento de desastres de Kunar. Helicópteros transportam feridos e suprimentos, enquanto ambulâncias tentam acessar áreas isoladas.

A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que o número de vítimas pode aumentar. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) destacou o risco para milhares de crianças, enviando medicamentos, roupas quentes, barracas e itens de higiene, como sabão e absorventes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que mais de 12.000 pessoas foram afetadas, e o sistema de saúde local, já fragilizado, depende totalmente de ajuda externa.
Sociedade do Crescente Vermelho Afegão
A Sociedade do Crescente Vermelho Afegão é uma organização humanitária que atua no Afeganistão, integrando a rede internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Fundada para fornecer assistência em emergências, como desastres naturais e conflitos, a entidade presta socorro às vítimas, distribuindo alimentos, abrigos e cuidados médicos, além de apoiar a reconstrução de comunidades afetadas.
Desafios humanitários e cortes de ajuda
O Afeganistão, com 42 milhões de habitantes e marcado por décadas de guerra, enfrenta uma crise agravada pela redução da ajuda internacional, após cortes no financiamento da USAID pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em janeiro, e pela insatisfação de doadores com as políticas do Talibã, como restrições a mulheres e trabalhadores humanitários.
O Reino Unido destinou 1 milhão de libras (R$ 7,5 milhões) para ajuda médica e emergencial, e a Índia enviou 1.000 barracas e 15 toneladas de alimentos. China, Emirados Árabes, União Europeia, Paquistão e Irã prometeram apoio, mas os suprimentos ainda não chegaram. Com casas destruídas, famílias vivem a céu aberto, temendo novos tremores, enquanto a remoção de carcaças de animais é urgente para evitar contaminação da água. “Precisamos de alimentos e barracas imediatamente”, alertou Safiullah Noorzai, da plataforma humanitária Aseel.
O Talibã mobilizou soldados para resgates e segurança, mas o desastre evidencia a fragilidade do país, que luta para superar crises econômicas e humanitárias.





















