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quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Sociedade

Adeus a Veríssimo: o mestre do humor e da crônica brasileira

  • Foto do escritor: Allyson Xavier
    Allyson Xavier
  • 30 de ago.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 1 de set.


Luis Fernando Veríssimo sorrindo olhado para o lado.
Veríssimo usava o humor como arma contra a ditadura e o autoritarismo, defendendo a democracia com inteligência e sutileza. | Foto: UNESP / Divulgação

Na madrugada deste sábado, 30 de agosto de 2025, o Brasil perdeu um de seus maiores ícones literários, Luis Fernando Veríssimo, aos 88 anos, em Porto Alegre. O escritor, cronista e cartunista faleceu devido a complicações de uma pneumonia, após internação na UTI do Hospital Moinhos de Vento desde 11 de agosto. Com uma carreira que atravessou décadas, Veríssimo deixa um legado inestimável de humor, ironia e reflexões sobre o cotidiano e a sociedade brasileira.


Nascido em 26 de setembro de 1936, em Porto Alegre, filho do renomado escritor Érico Veríssimo, Luis Fernando cresceu em um ambiente cercado por livros e ideias. Parte de sua infância foi vivida nos Estados Unidos, onde seu pai lecionava, experiência que influenciou sua paixão pelo jazz — ele era saxofonista amador e integrante do grupo Jazz 6. De volta ao Brasil, trabalhou como revisor no jornal Zero Hora, onde, em 1969, passou a assinar uma coluna que se tornaria referência no jornalismo e na literatura nacional.


Com mais de 70 livros publicados e 5,6 milhões de cópias vendidas, Veríssimo conquistou leitores de todas as gerações com seu estilo leve, irônico e profundamente humano. Suas crônicas, contos e tirinhas, como As Cobras, transformavam o cotidiano em arte, com observações agudas sobre a política, a classe média e as relações humanas. Personagens como o Analista de Bagé, a Velhinha de Taubaté e Ed Mort tornaram-se ícones, eternizados em livros e adaptações para TV, como Comédias da Vida Privada.


Veríssimo usava o humor como arma contra a ditadura e o autoritarismo, defendendo a democracia com inteligência e sutileza. Sua escrita, marcada por frases curtas e precisas, refletia uma genialidade que, nas palavras do escritor Walcyr Carrasco, transformava “a simplicidade em obra”. O presidente Lula destacou sua capacidade de denunciar injustiças com ironia, enquanto o governador Eduardo Leite decretou três dias de luto no Rio Grande do Sul.


Apesar de enfrentar o mal de Parkinson, um AVC em 2021 e outros problemas de saúde, Veríssimo continuou sendo uma inspiração. Seu velório, na Assembleia Legislativa do RS, reuniu admiradores, amigos e familiares, que se despediram de um autor que, como disse Martha Medeiros, trouxe “risadas, reflexões e epifanias”.


Luis Fernando Veríssimo deixa a esposa Lúcia, os filhos Pedro, Fernanda e Mariana, e um vazio na literatura brasileira.


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